Hermetismo de palavras para quem procura se humanizar através de versos e talvez algumas doses de álcool.
Retirado do Mundo Naquele dia eu dormi sozinho As mulheres sempre fogem Quando mais precisamos delas Existe sempre algo Para perturbar sua mente Sinto saudade de minha sanidade E de ser um homem comum Quando nos sentimos assim Nunca há ninguém para nos acompanhar Mais uma vez estou aqui sozinho Essa noite Foto: Benjamin Combs
O amor foi pro lixo Não tenho dúvidas de que todos somos um lixo e a cada dia que passa eu me distancio mais ainda do significado da palavra amor Afinal, o que é o amor? Um comportamento destrutivo uma doença autoimune uma mijada na esquina, enquanto está bêbado por causa dela, ou melhor, por […]
Abstinência Ela tinha olhos Tão escuros E um cabelo Tão vermelho Ela chorava No meio da multidão Murmurando: – Eu só queria Que ele disesse Que íramos ficar juntos – Sofria com abstinência E vi em seus olhos A ilusão do amor verdadeiro Correu tão logo Seu amado a chamou Era terrível deixar alguém Naquele […]
Não, Malaquita Malaquita, por favor fale desejo que nunca seja minha E dessa forma seja de outro assim de outro não, malaquita Sei que no fundo mesmo com tudo você apagou a nossa história Não há mais dupla não há mais grupo não há malucos nem há mais vida. (Uma referência realista ao poema Malaquita)
O Colecionador de Momentos Conheci um sujeito Que gostava de capturar momentos E guardá-los para si em papéis velhos Os melhores Ele protegia atrás de molduras de vidro Ele tinha a constante expectativa De achar a mulher certa Dizia que a guardaria em seus papéis Da mesma maneira que a protegeria Em seu coração Sempre […]
Assassinato Estávamos no ônibus Ela sem um chinelo Com uma garrafa de vodka na mão Que assassinava aos poucos E eu com meu saco de cerveja Pronto para ser o próximo Que ela ia matar Antes disso virou para mim Quando recusei seu cigarro E perguntou: – Que tipo de escritor não fuma? – – […]
Sonhos de uma noite de verão Sonhei que ela havia voltado Eu abri a porta do meu quarto Aquele mesmo quarto De meus 8 ou 9 anos E ela estava lá Sentada, me esperando Com aquele casaco amarelo Como se estivesse ali o tempo inteiro E eu que não tivesse visto
Intimidade Tenho um medo terrível De ser conhecido Me sinto nu, vazio Sem nada a oferecer Como se todos os mistérios Houvessem desaparecido Foto: Annie Spratt
