Tempo Parado

Tempo Parado

Eu estava deitado ao lado dela na cama
E havia um mosquito que não emitia zumbido algum
Chamava minha atenção o modo estático que pairava no ar
Na pia do banheiro uma gota estava próxima de beijar a porcelana
E na rua uma bala recèm disparada ainda se detinha no cano da arma

Silêncio

Tímida, meiga e com contidos movimentos
Ela se encolheu com a cabeça no meu peito
E emitiu algo que saiu mais como um suspiro
"Eu te amo"

Percebi o irritante zumbido do mosquito que circunvagava estúpido
A gota de água bateu na abóbada da pia
Na rua houve o estrondo distante de um trovão
E o momento que parecia eterno
Era real apenas na memória
Onde seria recordado com certo carinho
Mas não passava de mais um rosto na multidão