Viciado Descobri em mim, com horror Um vício inesperado E, entre parágrafos e versos, Não consigo parar de escrever Eu invejo os grandes poetas De Boca do Inferno a Cisne Negro Nunca quis escrever esses poemas Que surgem mais como pensamentos Mas agora que comecei Não consigo parar É como encher os pulmões Com fumaça Ou turvar a mente Através do álcool E é também tão insubstituível Quanto sexo A dependência da leitura Persiste E anda adjacente Como velhos conhecidos De mãos dadas Á necessidade De criar Foto: Joanna Kosinska