Como um Folclore

Como um Folclore

Ainda lembro-me daquela ruiva
De olhos verdes tão claros
Que eu seria capaz de nadar neles

Olhos que divagavam com o álcool
Oscilando levemente
Como o balanço de um barco

Eu poderia ler sua mente
De tão previsível
E talvez não encontrasse nada
Se buscasse algo lógico

Fiquei admirando aquela ruiva
Ás vezes rindo dela
Naquele lugar
Onde cresciam mais árvores que prédios
Até que ela fugiu
E eu não fiz nada

Não há segundas chances
E ainda penso
Naquela ruiva

Ilustração de Mario Maundrell