Já faz uma semana que você pediu um tempo pra pensar no que quer pra sua vida. Uma semana que eu estou buscando desesperadamente por algo pra fazer, pra me manter entretido e menos depressivo.
Por enquanto, só consegui esvaziar o engradado de cerveja que tava na varanda enquanto escrevia alguns poemas ruins. Nada mais, nada menos. Tudo nesse lugar me lembra você.
Cada vez que eu coloco água nas plantas, eu me lembro que você escolheu cada uma delas. Eu nem ligo pra plantas! Quero dizer, não tenho absolutamente nada contra elas, só não é minha parada. Mas ainda assim, eu peguei o hábito de molhar cada uma delas, por sua causa.
De vez em quando eu encontro meias jogadas pela casa e me lembro do fato de que apesar de guardar todas as suas roupas quando chega do trabalho, tem uma dificuldade gigantesca em guardar as meias dentro do sapato. Elas sempre estão espalhadas por cada canto mais absurdo do apartamento (Hoje eu encontrei uma atrás da TV, acredita?).
Eu juro que queria conseguir ser exatamente como você, seguir em frente, esquecer tudo o que já foi e olhar para o que pode ser. Mas eu não consigo. Tudo nessa porra de lugar me lembra você.
O calendário passa, mas as lembranças continuam. E daqui a pouco serão duas semanas, ou um ano.
Foto: Scott Webb, Unsplash
Ecleticamente boêmio e desesperadamente romântico. Cada pé na bunda rende mil cervejas e alguns poemas.