O som do silêncio
Ela parou de falar, aquietou-se, como nunca havia feito antes. Seus lábios semicerrados exalavam descontentamento e decepção. Eu não conseguia entender com o quê, mas de alguma forma sabia que já não poderia fazer muito.
Eu sou só um cara normal, com milhões de defeitos e falhas. Acredito que colocar meus pensamentos em textos é uma forma de compensar meu fracasso com a oratória. Ela havia percebido isso, talvez. Havia se dado conta de que eu não era nada mais que um fracasso que, de vez em quando lhe arrancava uns sorrisos.
Seu silêncio continuara até então e mesmo que eu tentasse, ele não iria acabar. Eu só queria me embriagar um pouco e esquecer que o silêncio faz mais barulho na minha consciência que a gritaria intermitente ao meu redor.
O silêncio me mata lentamente.
Ecleticamente boêmio e desesperadamente romântico. Cada pé na bunda rende mil cervejas e alguns poemas.