Desabo à bafo
Todos os homens choram. Ninguém aguenta mais fingir que isso não acontece. Todos eles sangram, se arrebentam, são lentamente destruídos como qualquer outra pessoa. Não são nem de longe, indestrutíveis seres de pedra. Apesar de haver gente acreditando do contrário.
Eu por exemplo, sempre fui um bundão. Um zero à esquerda. Há de se ter muita coragem para admitir isso. Talvez a única coragem que tenha sobrado à alguém que tem constante medo de infartar comendo tanta porcaria. Mas que mesmo assim, segue se matando lentamente.
Antes meu coração tivesse sido massacrado por enormes tigelas de bacon, assim uma ponte safena poderia dar conta do recado. Mas infelizmente esse tipo de dor não se resolve com cirurgia e toda essa ressaca não se cura com Engov.
Complicado saber o desfecho de uma história que você sempre vive, mas se sentir como um diretor impotente que não consegue mudar o final. O roteiro, os eventos, as falas… Tudo se repete, como se o filme da minha vida tivesse sido escrito por uma equipe de profissionais de Hollywood mal pagos, que cismam em abusar dos clichês desenfreadamente.
Derramei cerveja no chão e não quero limpar. Acho que vou beber o restante e tentar ficar entorpecido para ver se paro de sangrar.
Ecleticamente boêmio e desesperadamente romântico. Cada pé na bunda rende mil cervejas e alguns poemas.