O Artista Houve um assassinato na noite anterior As pessoas começavam a se aglomerar Já quando os apitadores passavam pelas casas não era estranho ver corpos na rua E alguma pessoas passavam direto Antes que começassem a derramar a merda dos baldes Pelas janelas Era uma mulher branca soteropolitana Começavam os murmúrios conforme As tropas cercavam a área Diziam que a família sem herdeiros Deixaria dinheiro para o cofre dos defuntos e ausentes Diziam que já era a quarta Que acabava pictórica entre as pedras vermelhas Da sarjeta Maneta começou seu monólogo Enquanto observávamos o objeto De cabelo vermelho e sangue azul Ao som da cidade respirando - Horror e sofrimento não enobrecem o homem. - Ele estava certo, mas a arte A arte merece o sofrimento Na multidão havia outra mulher Com seu guarda sol e longo vestido Os cabelos vermelhos presos em um coque Parecia de porcelana, com a pele pálida E olhos vazios, distantes Como uma tela pronta para ser pintada Talvez ainda Esta noite