Não me guarde na caixinha
Sim, eu sei. É um clichê, mas não me guarda nela. Eu não mereço ser enclausurado num espaço apertado e empoeirado, onde de vez em quando você abre pra revisitar memórias.
Não me guarda lá, por que eu não quero dividir o mesmo espaço com todos os seus ex namorados, nem quero todos os meus presentes guardados numa caixa. Jogue-os fora, doe, venda-os, ou faça um belo brechó com uma placa “Coisas velhas que ele me deu, que não me servem mais”. Só não as guarde junto das outras. Não porque acho que são melhores, mas porque elas perderão todo o significado que um dia a gente deu.
Não escreve sobre mim pra guardar no seu diário, caderno, ou o que for. Escreve sobre mim, mas publica. Posta no facebook, no Tumblr… Escreve no jornal do dia, numa página do meio e devolve de graça pra banca. Mas não me guarda. Não me aprisiona numa caixinha, nem em nenhum lugar. Não faz comigo o que você sempre fez com todo mundo, porque eu garanto que a importância que eu te dei, você não recebeu de todo mundo.
Então eu peço que você não me aprisione na caixinha, mas me deixe livre. Assim como eu te deixei livre, mesmo enquanto eu despejava em textos vazios tudo o que me lembrava você.
Me deixe livre, e não me guarde na sua caixa. Faz assim como a Lilo uma vez disse pro Stitch:
“Se você quiser ir embora, você quem sabe. Vou te guardar no coração, assim como todos os que já foram embora.”
Não me guarde na caixinha.
Ecleticamente boêmio e desesperadamente romântico. Cada pé na bunda rende mil cervejas e alguns poemas.