Gabriel Freitas
Você e eu
Você é uma mensagem minha bêbado, recebida às 3h da manhã enquanto você estava na casa de outro cara Traz aquele sentimento de insegurança e confusão Seu abraço me faz sentir como se eu fosse uma criança que precisasse de atenção
Você é solidão Tem ignorância e desprezo É peito fechado e coração duro, maltratado pela realidade Você é presa à terra e eu sou ilusão Você sempre ignorou que eu queria voar com você Mas esse texto não é só sobre mim, mas também sobre você Você tem olhos que são cerrados e cheios de medo Você que impõe limites no seu modo de viver Você que despreza, grita, desdenha e chora Você que suga toda a minha alegria Você que eu tentei fazer feliz Eu tentei colorir o seu mundo preto e branco Mas de novo, não é sobre mim, mas também sobre você Você que confunde todo meu entendimento Você que é constante julgamento Você que ignora o meu mandarim, e insiste que eu entenda seu português Você que explora minha terra firme, e vai embora em seu barquinho, mesmo em maremoto Que destrói a minha mão ao apertar com tamanha ansiedade Mas que ignoremos a mim Também olhemos para você Você que torna tudo difícil Já que sua bipolaridade não nos quer mais É como eu me afogar na água gelada do mar com mil facas entrando em minha carne num dia chuvoso Mas aí você vai dizer “Que horror!” Então é como queimar o brigadeiro Ou esperar na fila do banco A parte boa é sempre mínima “Mas eu não faço por mal” eu sei que você vai dizer Eu só sabia enxergar que a água pode ser divertida, e o brigadeiro gostoso Mas e se eu te falar que não sei nadar, e tenho diabetes? Mas voltei a mim, sem esquecer de você Você separou aquela dupla, lembra? E eu acho que você faz de tudo para esquecer Então, acredito eu que esse texto é para me fazer lembrar que não devemos mais ser Eu e você.
Ecleticamente boêmio e desesperadamente romântico. Cada pé na bunda rende mil cervejas e alguns poemas.
