Segunda de Manhã

Segunda de Manhã

Avistei-a ainda dentro do prédio
Passou rápido pelo portão,
Aparecendo e sumindo entre as barras brancas
Apressei o passo, decidido á alcançá-la
Mas ela tinha asas
E voava pelo calçadão entrecortado de pedras
Era uma perseguição
Embora apenas eu soubesse disso
Embora ela caminhasse pelo mesmo caminho
Que eu fazia todos os dias
Perguntei-me onde estava
Em todos os outros

Não era absolutamente fantástica
Magra demais, pálida como osso
Com uma bunda que rebolava para dentro
Talvez fossem os cabelos vermelhos
Ardendo e queimando
Na manhã de segunda